Existe amor em SP

08:42

Eu ia começar esse post de uma outra forma, até rever essas fotos. Olhar pra tudo isso me fez lembrar o que eu senti, o que eu descobri, o que eu imaginava antes de ir. 
Pra quem não acompanhou o overpost no meu Instagram na semana retrasada, estive em São Paulo nos dias 28 e 29 do mês passado pra visitar o SPFW, o Masp, a Oscar Freire e a Casa Juisi junto com a minha turma da faculdade. Só pra constar: a gente foi sem convite pra entrar na Bienal ou pros desfiles, e a única coisa que eu pensava antes de ir era: espero não me decepcionar com São Paulo.


Eu sempre soube que Sampa era um caos, que as pessoas eram apressadas, que a cidade era cinza, que a gente tinha que tomar cuidado nas ruas. Eu sempre soube que seria caro e que eu deveria me planejar muito bem pra não voltar mendiga pra casa. Eu sempre soube que as coisas não são fáceis, que as pessoas não tão nem aí, e que tem que ser esperto pra conseguir o que quer. E esperto não significa necessariamente pisar em cima dos outros. Mas nessa viagem eu me permiti ser deslumbrada, e acho que foi por isso que eu não me decepcionei.

Mesmo com a câmera na mão, não tirei foto de tudo o que via de bonito, porque as vezes sinto que perco um pouco do momento. Mas eu estava atenta a tudo. TUDO. Perdi as contas de quantos tropeços e buracos no meu caminho porque eu não tava afim de saber o caminho, e sim de perceber os pequenos detalhes nas construções, nas roupas das pessoas, nas vitrines, nos restaurantes.


Enquanto tinha protesto na entrada de São Paulo e pneu queimando, motorista buzinando e gente apressada, aproveitei pra dormir. Eu peguei meu primeiro Uber em um horário de pico, com um motorista que não sabia o caminho, furou três sinais vermelhos, e me pediu pra prestar atenção nas placas porque mesmo com o Waze ligado ele poderia se perder. Poderia ter saído querendo matar todo mundo, estressada com o trânsito, mas eu só pensava que as luzes dos carros em filas quilométricas era uma das coisas mais bonitas que eu já tinha visto. 


Eu passei pela Praça da Sé com as minhas amigas, a pé, no meio da confusão, com cara e jeito de turista, celular no bolso da jaqueta e a câmera dentro da bolsa, sem ter medo. Fiz cara de poucos amigos, fiquei atenta ao meu redor, e fui. E consegui entrar naquela Catedral maravilhosa pra agradecer. 

Eu entrei no desfile da Helô Rocha no primeiro dia por prestar atenção em que fila tava mais tranquila, e enchendo o saco do segurança (valeu Ana!). Eu fiz amizade com um fotógrafo de pit que não aguentava mais aquela bagunça, mas me contou como tinha entrado nessa vida e me ensinou algumas configurações na câmera. Não que tenha adiantado muita coisa na hora, porque eu tava tão nervosa que saiu tudo meio tremido. 



Eu demorei uma eternidade na primeira exposição do Masp, e quando estava cansada, sozinha, e sem saber pra onde tava indo, resolvi subir a escadaria pro segundo andar sem muita expectativa, e quando vi aquele monte de obra flutuando na minha frente, eu chorei. 


Eu segui os conselhos da Júlia e registrei referências pro meu TCC ano que vem. Mano, isso me deu muita ideia!



Eu entendi (e confirmei) o modo como as pessoas se comportam e as coisas funcionam no mundo na moda, e conversei com as pessoas sobre isso. Aprendi como se faz um carão pras fotos #spfwn41 mas ainda não consegui reproduzir. Descobri como deixar o meu cabelo com volume e nunca vi tanta negra de black na minha vida. Espero ser uma delas na próxima vez. A única coisa que eu não entendi foram os semáforos, mas como me disse a minha mãe, "moro na roça iaiá, nunca morei na cidade".


Eu fiquei com vontade de montar um escritório na Paulista pra poder sentir tudo isso todos os dias da minha vida. Eu me apaixonei por tudo isso, e pra mim, existe amor em SP.


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